Nova Vida

Rio de Janeiro, 18 de Dezembro de 2011

À minha querida Irresponsabilidade

Vivo momentos de agonia, desespero. A espera constante tem me destruído em silêncio e a cada dia que passa, caminho mais próximo à beira do precipício. O medo e ansiedade são as minhas melhores companhias até então. 
Estou muito satisfeita com a minha vida, não preciso de outra, pode até parecer egoísmo, mas não me vejo sendo acompanhada de uma outra vida pra viver, cuidar, ensinar a viver; eu ainda estou engatinhando com a minha que anda cheia de manias e mal criações. Estou bem sozinha, não preciso de uma vida nova que me prenda, ocupe o precioso tempo que tenho dedicado à problemas mais importante para a minha VIDA. 
Não venha com surpresas, apesar de eu apreciá-las, mas esse tipo de surpresa é uma ofensa, um desagrado, motivo de rejeição, insatisfação.
Te dei asas, criastes um mecanismo de voo super avançado, passou-me a perna e foi ganhar o mundo me deixando com dívidas, culpas, remorsos, arrependimentos. Aquele momento de tranquilidade se foi em segundos e Nova Vida se apresenta com audácia, quanto atrevimento. Culpa sua, culpa minha.
Acredito no fim, pois nada dura tanto tempo e quando voltares de tuas aventuras bem sucedidas, não passe na minha porta, não atravesse o meu caminho, não ouse me olhar nos olhos, pois teu destino será destruição. Estarei mais forte da próxima vez que tentares me derrubar e menos ingênua, não cairei nas tuas conversas.

Com ódio, Sophia Ellis.
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Para meu amor de volta!

São Luís, 18 de dezembro de 2011.

Amor, 

Peço desculpas por todas as coisas tortas que eu tenho feito...
Não fui justa contigo ontem (embora tenha sido tu quem se convidou pra me acompanhar naquele fatídico horários ao chópis).
Peço desculpas por ter sido um pouco idiota e não educada recusando quando você disse que me acompanharia no Chópis...
Enfim...
Desculpa aí....
Era pra ser romântico, mas não tô conseguindo! =P

Sol
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Belém, 16 de dezembro de 2011.

Por que eu fui tão longe? Se eu fui tão longe por que iria voltar? Se não posso voltar por que é tão difícil dá esse ultimo passo? Se fui tão longe e não vou voltar por quê me importo? Por quê?

O Poeta Solitário
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Saudades

Belém, 15 de dezembro de 2011.

Tenho saudades das noites em que partilhamos de histórias e éramos amigos. Saudades de como te mostravas sempre humilde ante toda superioridade que havia nas nossas discussões tu dominavas as contendas e instaurava uma paz relativa.
Tenho saudades das idas e vindas no cidade nova 6, do modo como olhas para a janela e tem o pensamento distante. No começo foi difícil mas consegui uma parcial aproximação de forma que conheci um pouco do que tu és e tenho saudades disso.
Saudades de conversar, debater sobre os livros, filmes, preferências, nada parecia fútil vindo de sua boca enquanto tudo isso repetido pelo outro é-me insuportável.
Agora tenho saudades de ser aquele Diego de antes. Hoje todos vocês me desprezam. Eu estou só. Insuportavelmente só.

Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário
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Porque não nós?

Fortaleza, 10 de dezembro, céu nublado, sem estrelas, sem você.


Por que? Por que a blusa deixada, porque o beijo de despedida, o abraço único, as últimas palavras, promessas e desejos construídos juntos, porque um mundo em que nós dois não somos estranhos? Por que a tarde de sorrisos, sentados e cobertos pela sombra da árvore, um toque no rosto, mãos entrelaçadas e tudo a ser dito? Por que o silêncio, por que o desejo, por que os nossos corpos, por que os seus lábios, por que os meus os procura tanto? Por que as atitudes inesperadas, por que a distância, e que distância, por que a aproximação, por que você, por que eu, por que nós, por que isso? Por que não antes? Por que agora? Por que ontem? Por que não o amanhã? Por que o medo, por que o futuro, por que o pôr-do-sol nunca visto e Notre Dame a espera? Por que estou aqui e não ao seu lado? Por que o seu cheiro, por que o seu sorriso, por que o seu olhar, por que o eles e não nós?
Sabe aquela árvore, onde as folhagens ainda eram novas, e o frescor de fim de tarde vinha nos abraçar? Ela estar morrendo, que infelicidade, alguns bichinhos a "adoeceram", ela até que estar resistindo, sim, eu fui, sentei naquele banco branco e durante um bom tempo só fiquei a observar, ela resisti e ainda assim, consegue ter flores, naquela tarde...
não existe sentido, talvez em uma outra vida ou em outras escolhas, fôssemos eternos, porém nessa, só lutamos para que o hoje seja o eterno.

querendo o teu abraço...sentindo a tua falta, precisando de um nós.

Até, onde estiveres.



                               
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Para você....

São Luís, 8 de novembro de 2011.

Este sentimento que me angustia agora, busco palavras para descrevê-lo, sem encontrar.
Seria tristeza? Angustia? Dúvida? Não sei! Talvez sejam todos.
Queria poder te dizer que te esperei que te quis. Mas, teu coração não me pertencia, pensei em esperar, em lutar, mas tive medo. Medo de nunca me amar de nunca me dar teu coração, e foi esse medo que me fez desistir. Mas, quando te vejo perco o rumo, as palavras a direção. Ah quando te vejo! Sinto uma vontade boba de sorrir, e me apaixono de novo. Meus pensamentos são ocupados por você por você.
E o teu riso?! Ah o teu riso, eu me perco no teu riso.
Se soubesse que posso te esperar que um dia pudesse ter teu amor, juro que o esperaria.

Leidy Evangelista
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A VIAGEM

Belém, 13 de dezembro de 2011.

Foi triste e solitária como sempre, com certa aura sagrada e profana. Fiz o mesmo passo que fiz há sete anos atrás quando da Parte e por Ordem foi profetizado minha solidão. Estive sob a cadeira, ao luar e como podes ver na fotografia estava sob companhia daqueles dois únicos objetos que eram a água da minha sede e o peso do meu cérebro.
Eu estive a beira do rio onde podia contemplar a escuridão e os pequenos pontos de luz brilhante na penumbra do ambiente. Ouvia uma voz daquela leve e doce maré e um perfume que me lembrou o dia em que estivemos lá. Desde aquela vez eu já queria me jogar e pude comprovar que essa vontade só me cresce por ter velhas memórias ligadas àquele lugar como se meu coração maldito fosse um copo enchendo pouco a pouco até transbordar. Mas esse mesmo coração maldito é dotado de uma estrela solitária e morta que suga tudo quanto nele se coloque de modo que sofra ter sentido algo que senti e sofra novamente por me parecer vazio tudo que sinto. Assim não sei se um dia tudo rebentará e nem posso suportar as coisas como se seguem. 
Negue-se que um dia a verdade virá à tona por que ninguém consegue esconder o que tem dentro de si e ser feliz ao mesmo tempo assim como ninguém é feliz sem esconder o que tem dentro de si.
Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário
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NA PRÓXIMA MANHÃ

Belém, 12 de dezembro de 2011.

Quando chegar a próxima manhã e seus raios solitários iluminarem a minha vida inútil talvez crie coragem e siga o rumo negro que me envolve feito uma manta gelada de escuridão.
Dentro do meu quarto trancado eu espero estes raios, sentado ao meu canto, com um livro inacabado nas mãos e na cabeça. Sem esperança de continuidade meu coração se perde e minha alma cai neste vazio calamitoso.
Para os outros é difícil me entenderem por que vêem de cima, com seus ares suntuosos e seus rostos impávidos a qualquer sentimento expressivo. Já o que eu vejo em muito difere com a visão de meus amigos, em parte por minha culpa e em outra parte por culpa deles próprios que me abandonaram.
Quando se está caindo em um abismo não se é capaz de mensurar sua altura e nem sua largura, pode ser infindável outrora minúsculo mas o fato é que é indefinível. Assim também são as rochas dos seus lados que vão se fechando à medida que as horas passam, e posso jurar estar ouvindo vozes enquanto caio.
São vozes que me dizem: “Eu te amo”, “Não me deixe”, “Se te fores eu me vou também” porém essas vozes só existem pra fazer da queda mais difícil e torturante do que realmente é. Um relâmpago perpassa meus pensamento e começo a ter alguma esperança de que realmente aja um lugar para mim no mundo, meu abismo já não parece tão profundo e os fluidos rios do vazio que me esperam ao findar minha queda já escoam preparando-me para a elevação eminente.
É quando acredito nas coisas e abdico do meu destino lógico. Só pra sofrer mais, só pra me empurrar ainda mais nesse buraco e tirar da minha alma uma capacidade diferente. Amar, sorrir, se alegrar, socializar, já não são mais habilidades minhas, no lugar delas feito parasitas instalaram-se a depressão, a tristeza, o ódio e a extrema solidão.
Deveras já não há mais volta, nem caminho, resta só o suave e torturante ritmo em que demoro a alcançar as profundezas, enquanto choro cada vez que te vejo e me desprezas e desmorona tudo ao meu redor. Não sei quanto tempo vou agüentar assim.
Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário
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MENSAGENS

Estou respirando o mar e o cheiro da chuva. Uma lâmpada me ilumina em declínio. Tudo é treva na minha frente e há escuridão antes de mim. Como eu fui deixar isso acontecer?

Eu não sei nadar, seria tão fácil deixar que essa escuridão daqui me levasse. Haveria uma breve agonia sim mas passaria, diferente dessa que só cresce. Em seu lugar ficaria o etéreo. Que bom seria voltar ao ventre da mãe. Esta escuridão... O que eu faço? Se eu vacilar? Se cair terá eu me jogado ou simplesmente caído?

Há um rosto na água. Eu sei que tudo foi um erro que só me fez mais só do que eu já era. Não tenho a quem culpar. Só a mim. Acreditei na ilusão que sonhava. Meu anjo se soubesse que me arrependo e trocaria meu fígado pra não ter escrito aquela carta, mas eu escrevi e nada pode mudar isso, nem isso que ta acontecendo e naquilo que estou me transformando. Ainda vejo um rosto na água: É Bela Dama rindo tendo os olhos de Ártemis.

Até quando tudo isso vai ser isso? Qual força terei daqui alguns anos quando eu não for nada e tudo isso parecerá um beijo ante o sofrimento previsto? Quantas pessoas eu vou ter que decepcionar de quantos vou ter que ser desprezado? Qual o limite da agonia solitária? Seria bom ser um peixe e ter o mar todo à disposição. Eu não tenho nada. Diego é uma porção de terra sem nada ao redor.

Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário
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IMPOSSIBILIDADES

Belém, 12 de dezembro de 2011.

Certa mulher queria por fim e por todos acabar com a solidão do mundo. Tinha no seu peito muito amor pra dar e não admitia ante toda beleza vasta que se oferecia a vista dos mais óbvios sentidos haver gente que levava sua vida catando misérias do chão.
Essa mulher olhava os mares que tinham peixes da mesma forma que o peixe tem o mar pra si. As terras que tinham toda variedade de árvores e plantas que por conseqüência tinham frutos e por fim tinham sementes das quais brotavam novas árvores e plantas.
Contemplou os animais que tinham parceiros e aqueles que viviam sós. Viu que nenhum estava só sendo que os parceiros reproduziam-se e tinha uns aos outros para se reproduzirem mais e mais enquanto os solitários tinham a reprodução dos outros e a eles mesmos para se devorarem respeitando assim o ciclo da vida.
A mulher então concluiu que a natureza era perfeita livre da solidão da qual aprendeu e julgava que os outros sentiam. Em tais palavras a solidão que buscava erradicar só afetava um único ser: O Homem que sofria.
Ela encontrou o homem na beira de seu triste caminho com uma bengala de apoio e nas mãos um punhal brilhando. Intrigada perguntou: O que farás com este punhal Homem? O homem inflexível em sua jornada limitou-se a indicar: Espero o pôr-do-sol pra me matar.
Espantada a mulher interpô-se no caminho disposta a provar ali com o mais indicado dos homens sua determinação de acabar com a solidão e o homem por sua vez, querendo dar passagem a sua própria provação responderia o mais rápido que pudesse pra acalmar o coração da mulher e seguir seu caminho triste.
Ora, por que te mata Homem Vazio? Não vê o quão precioso é o que tens? Não o punhal, mas o sangue que está nas veias que é o mesmo do mar e os peixes e na terra com as plantas. Não vê que necessitam de ti? Há alguém cuja existência está fixada entre este teu murcho sorriso e tua dissociação aparente e que no final gerará fruto como todo mundo
Sim mulher, o precioso não é meu sangue, pelo contrário, o punhal. Sangue há demais em mim e com ele irei finalmente para casa onde cessará o sofrimento que me aleijou o joelho e colocou em minhas mãos o punhal e não penses que de mim alguém necessita conquanto do que necessitam é de qualquer bem que minha força de trabalho ou intelectualidade poderá conferir quanto a mim permanecerei nesse caminho solitário.
Não te vejo necessariamente em tal motivo posto ser tu mesmo quem escolhes o caminho que trilhas. Veja só a construção social que partilhamos por sermos inerente da mesma espécie, eu sou mulher, tu és homem ambos necessitamos um do outro e logo completamos a solidão que cada um por si e de maneira pessoal pensa e sente.
Está certa até certo ponto Mulher Equivocada. O que ao homem e mulher é reservado não é de maneira nenhuma particular, mas sim produto de uma consciência coletiva. Haverá na alma qualquer diferença entre tu e eu? Terão diferença para o espírito teus dois pares de seios ou os testículos nas minhas pernas? São aparências e aparências não remediam solidão nem a consomem.
Trabalhemos então na sua lógica Homem Infeliz, se concebermos nossas almas iguais como existiria a solidão com a qual justificas essa tua decisão? Sendo todos igualmente um único produto logo haverá um único fim que não é a morte pelas próprias mãos ou vontade continuamente morte pela vontade maior que nos fez como somos.
Sim, nisso tens razão embora não é a igualdade que nos assassina a solidão mas é ela que nos faz estarmos em situações de completa inexatidão. Tens por principio que os homens são iguais na sua alma então como explicar isto que vejo: o sofrimento atrelado à diferença de corpo e de raça, de posição social e outros inerentes ao físico, ao lógico e convencional? Sendo assim, se diferentes somos solitários, iguais somos mais solitários ainda e eu mais que todos pois fui nascido de ventre anterior de modo que não me encaixo em nenhuma dessas duas verdades. 
Homem tu tens por base uma filosofia muito complexa que não existe, tenta justificar sua vida através de idéias que não deviam passar de idéias. A natureza não pensa, ela segue seu curso e então deverias fazer o mesmo para que te façam sentido essas coisas que te digo: que todos nós somos parte da mesma gente.
Eu não contrario sua afirmação Mulher Tola, somente penso com a cabeça que a própria natureza ou aquela que a rege deu-me. Se por um lado fui dotado deste corpo que declina que é o que vês, não por ser diferente mas simplesmente pelo fato de todo corpo declinar então quererás que eu acredite que também fui feito como todos ser pensante embora algo me falte e disso ninguém atenta pois se normalmente fui um ser vivente é porque disfarçava não sentir e vivia o contrário do que estava pensando.
O que poderia Homem pensar que lhe fizesse crer que é mais importante do que essa vida que temos e vivemos cheio de amantes e de responsabilidades das quais não se pode abster? Ou melhor, o que realmente és e ninguém mais é e do qual ninguém possa ser acusado de ser ou então ser-te e sofrer-te mais que tu?
Eu sou o homem cuja alma nasceu partida e o corpo deformado. Se condições tivessem dado para que crescesse de maneira igual a todos hoje seria o que todos são e meus olhos estariam cegos juntamente com todos meus sentidos. Nasci entretanto diferente e enquanto tu enfrentavas teus problemas destinados com a força destinada para superá-los eu enfrentava as mesmas coisas em sentidos diferentes só que sem a força necessária de modo a atingir minha alma e despedaça-la, em certo ponto até matá-la e destruí-la involuntariamente de modo que eu fiz certos sacrifícios em busca de apoio e normalidade que me tornaram manco e de punhal na mão.
Dizes e tem mesmo esse atrevimento de querer-te fazer diferente só por que sofreste? Imbecil e desprezível Homem: todos sofrem e tu não me disseste o contrário mas só fizeste fugir de tudo, sem coragem para abrir o peito e encarar tudo de frente.
Eu não fugi de tudo. Encarei e recebi tudo que o mundo poderia me oferecer e este ser que vê é senão a forma decaída porém ainda aceita que eu tomei para não ser totalmente só. Se não fosse assim nem tu pararias teu caminho e nós não estaríamos trocando essas palavras embora nenhuma dessas palavras me faça menos sozinho, pelo contrário, só aumenta e deforma mais este peito que agora estou disposto que tu vejas.
O homem abriu o casaco velho que lhe cobria e mostrou tudo quanto guardava no peito. A mulher vomitou e passou várias horas sem poder dizer nada, daquilo negro que se incrustava entre o vazio e o coração sangrando debilmente vivente ela pode ouvir um grito, uma súplica igualmente vazia e distorcida como tudo que via. Eu te amo era o que dizia.
Ele então, cansado ou satisfeito de mostrar-se como realmente era fechou o casaco e a mulher, minimamente satisfeita com o ato não podia mais vê-lo como semelhante e seu gostar inicial era senão uma lembrança que seu teimoso e coletivo coração guardava dele. O homem tentou sorrir e no mesmo instante arrependeu-se pois já via o desprezo, o asco, a raiva que viu em toda vida. Sua solidão pareceu-lhe insuportável e pôs-se em continuar o caminho.
Por que eu parei? Será que podia pensar que pelo fato de falares comigo serias diferente de todos os que viram anteriormente meu coração e minha alma? Falaste muito que havia outras pessoas que sofreram mais do que eu e nem sequer consegues agüentar no que se transformou minha alma que no seu principio era igual a tua mas que agora é isso que te afasta de mim? E vens me dizer que não existe solidão ou que tu é solidão sendo que tu mesma não compreendes e meu destino não é esse punhal em minhas mãos? Deixe-me com meu lúgubre pôr-do-sol e siga teu caminho feliz.
A mulher seguiu em frente, talvez com uma sombra de receio e lamentavelmente olhou pra trás vendo o homem também olhar pra trás. Porque aquele coração que vira estava destruído e tinha certeza que amaria qualquer um que o olhasse ou que lhe falasse e isso ao invés de reconstruí-lo só destruía-o mais por que lhe caíam os pedaços restantes, o vazio lhe aumentava e o pobre coração nem sequer sabia o que sentia e o que o Homem achava que guardava na verdade nem existia.
Tudo que podia fazer por aquele miserável homem era seguir em frente seu caminho porque sua presença só aumentaria a solidão do próprio homem e nem se preocupava mais como antes se preocupou. Ele não conseguiria o que dizia que faria; era demasiado covarde o Pobre Homem para fazer algo que lhe ajudasse e ficaria com seu coração mais e mais deteriorado e vazio afirmando que no próximo pôr-do-sol se mataria.
Dedicado a Deusa A.
O Poeta Solitário
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Ao Mestre

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2011.

O senhor me disse que meu pior adversário era eu mesma. Quanto tempo demorou até que isso fosse percebido pelo senhor? Quando ainda era um jovem aprendiz também tinha este mesmo adversário? Como vencê-lo? Como lidar com ele? Aliás, tenho mesmo que lidar com ele?
Mesmo estando tão óbvia essa luta contra mim mesma, só pude realmente ver quando o senhor me disse isso. E foram as suas palavras que me fortaleceram e que abriram meus caminhos. Lembro também da afirmação: "O seu psicológico pode construir e pode destruir." Sempre que me vejo frente a frente com essas frases, as primeiras coisas que vem a minha mente são perguntas, muitas perguntas. A maioria delas sem resposta.
Mas tudo bem, sabe? Porque as perguntas nos levam ao interesse, e o interesse nos leva à luta.
Todos, antes mesmo de lutar contra algo/alguém, lutamos com nós mesmos. E, convenhamos, só quem pode dizer que não posso fazer alguma coisa, sou eu mesma, até que eu a convença de que posso sim e que caminhemos juntas para a nossa vitória.
Obrigada.

Raquel Pilar
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Metades

São Luís, 9 de dezembro de 2011.

Eu não acredito que cada pessoa tenha uma metade, sei que posso estar errada, mas simplesmente não consigo acreditar que em algum lugar do mundo exista alguém que vai ser o meu alguém. Não entra na minha cabecinha (nem no meu coração) isso. Não! Não! Não! Já vi e passei por tantas coisas que hoje em dia eu acredito que existam várias pessoas pra cada um de nós. Uma pra cada momento, pra cada fase. As pessoas esperam pelas metades de suas laranjas e enquanto isso deixam passar frutas boas e inteiras, tudo isso porque estavam esperando suas metades, que muitas vezes de tanto demorar acabam apodrecendo.

Talídia
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Coração magoado...

São Luís, 8 de dezembro de 2011

Olá, pessoas!

Queria escrever em uma melhor situação... Mas parece que quero jogar no mar apenas o que há de pior em mim... Hoje tô cheia de sentimentos negativos... Tá tudo tão confuso.
O mesmo cara que ontem era só amor comigo, hoje parece ser o idiota que me evita.
Há momentos em que me questiono porque continuo se os passos dele são de uma pessoa que quer parar.
Não quero ficar na vida de alguém pela metade, nem quero que alguém entre na minha pela metade.
Um namoro precisa de duas pessoas que se doam em igual quantidade, mas parece que não rola isso aqui.... Parece que eu sirvo apenas pra algumas coisas e eu não quero mais isso...
Tô cansada das pessoas me terem como opção... a última opção sempre!
Foi assim desde pequena, e ainda é assim hoje...
Tô cansada...

Soraya Carvalho
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Aprendiz...

João Pessoa, 8 de dezembro de 2011

Olá!

Percebo hoje, que não sei de nada sobre a vida ou o pouco que sei não me deixa resolver de forma segura a minha própria vida... Que vida é essa? Percebo a cada dia que se passa, que as coisas que acredito não existem, as pessoas que conheço, não as conheço de fato, os lugares que passei já não existem mais.
O momento não é propício para devaneios, mas pra que temer dizer, fazer, dançar, gritar, falar,viver...não deveríamos fraquejar nesta vida, afinal qual o sentido de se viver temendo? Temer o amanhã, o mais tarde...tsc tsc tsc...
Olha lá fora, vê o que vejo? VIDA. Caminhos de sol, frescor, destemperos sempre vão existir, sempre estiveram presentes na vida da gente, porque temê-los agora? Ah deixa tudo isso pra lá e VIVA. Viva porque esta é nossa chance, não sabemos depois o que pode acontecer, afinal só conhecemos esta vida.
Concluo que acredito ter resposta para minha questão inicial: não conhecer a vida. É porque não a vivo...

Lourenço
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Tem que acontecer...

João Pessoa, 07 de dezembro de 2011


Estou agora no meu aconchego e querendo vários sorrisos sinceros e abraços, aiai...hoje o dia foi difícil, não faltou um pedaço de mim, me faltou inteira, me senti em um abismo...nossa que coisa estranha, hoje queria estar em outro lugar, lugar este onde não reconhecesse nenhum dos rostos à minha frente.
Uma coisa estranha aconteceu hoje no ponto de ônibus, era uma família, marido, esposa e filha a espera do ônibus, enquanto o marido subia na parte traseira, a esposa seguiu com a filha para a porta da frente, tranquilo, mas acho que EU ando tão à flor da pele, que senti tanto quando o motorista arrancou sem elas subirem e o marido ficou dentro do ônibus, um clima de despedida, separação, ah coisa chata...
E as pessoas tranquilas dentro do transporte vendo aquele homem agoniado, transtornado por deixado as mulheres de sua vida lá, abandonadas, não, não gostei da sensação, ando muito besta mesmo.
Tem momentos que me sinto assim, abandonada, como esta carta que ficará aqui podendo não ser lida ou má interpretada.

Lourenço
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Armadilhas...

Salvador, 20 de Outubro de 2011.

Lord silencioso,

És tu, quem nada fala e tudo diz. Minha curiosidade aguçada pelos teus olhos discretos, movia-se sob o desejo de conhecê-lo naquele dia. Tua presença tão agradável logo deixou-me entrelaçar no teu silêncio tentando arrancar de ti poucas e quase nada, palavras. Teu gesto, um Lord, o cuidado e o mistério que pairava no ar encarregaram de prender-me a ti como cola, um grude. Minha insistência de não ceder e não deixar-me enganar por teu encanto, encontrava-se em situações constrangedoras, fracassando como nunca acontecera em outros tempos. Ah! O Lord está vencendo, está me ganhando por algo que eu jamais desejaria demonstrar, encanto.
Fui teimosa em não crer que tudo havia acontecido em tão pouco tempo, mas não houve alternativa para minha teimosia que pouco a pouco se desfalecia sob teu toque, teu olhar , teus beijos, teu suor, teu corpo...Não! Isso não está acontecendo, não posso render-me, não posso deixar você, Lord silencioso, dominar meus sentimentos, eles devem permanecer obscuros, assim como vos, em silêncio.
Então, voltamos para casa. Ufa, foi só um dia de divertimentos. Engano meu, ao passar dois dias bateu aquela sensação estranha, uma vontade incontrolada de ouvir teu silêncio, ouvir tuas palavras em silêncio, como faziam falta naquele momento, o que fazer? Nada a fazer. O Lord silencioso me apareceu com o mesmo encanto, com a mesma discrição e silenciosamente, arrebatou-me para o seu mundo de tantos abraços. E agora? Pensei por um instante. Estava eu, realmente, sem saída? Sim, estava. Minha razão já não respondia por mim, por mais que ela forçasse um acordo, não tinha mais poder sobre aquela sensação estranha que vinha se arrastando dentro de mim lutando por um espaço que há tanto tempo foi negado, oprimida sensação.
Passou-se alguns meses, e aquele encanto tinha se transformado em sucessivas crises de desejos, saudades recompensadas com momentos únicos, indescritíveis, satisfatórios, agradáveis; com ataques de beijos, briga de braços, abraços, inalações de perfumes, teu cheiro, meu cheiro, de hipnose, olhares.
Então, finalmente, perdi essa guerra, Lord silencioso, a guerra do gostar, do amar, do ser feliz ao lado de alguém especial, diferente, irreverente, incomum; VOCÊ. Sou forte! Decidi entregar-me a essa loucura e não ter medo das consequências. Decidi amar-te!
Que seja eterno enquanto dure o teu silêncio. 
Bjs!
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Conto do Grande Nada

Belém, 6 de dezembro de 2011.

Na cidade perdida do Grande Nada havia uma represa feita pelos Velhos Homens sem Coração. Sua construção custou a Floresta Imaginária e todas as Árvores do Espírito Criativo foram arrancadas e atadas uma à outra por Cordas de Enganação e Ilusão. Represou-se o Mar da Alma e todos os seus afluentes, tanto aqueles que desaguavam no Rio da Felicidade (diga-se de passagem: tenros filetes da Água Pura do Amor) quanto as inumeráveis torrentes da Tristeza e da Solidão. Os homens sem coração, ao terminarem a obra, revelaram grande satisfação e foram anunciar ao povo de todo Grande Nada que os rios instáveis tinham sido dominados. Festejaram durante 21 anos naquele povoado sem Tempo, bebendo vinhos de Ignorância e comendo tortas de Disfarce. A Tempestade viera e dos céus gotas inflamáveis de Ódio e Desprezo encheram o rio e as cordas que seguravam a represa partiram-se. Houve uma inundação que matou quase todos os homens sem coração. Os rios furiosos varreram tudo. Restou tão somente uma pequena ilha batizada de Nadinha onde brotou a Flor Negra do Desespero que tem o perfume da Agonia e cujas pétalas formam um Punho Fechado. Os viajantes que passam pelo caminho do Solitário vindo dos Bosques da Falsidade podem contemplar a placa que Ninguém, único sobrevivente, entalhou na Pedra do Esquecimento: Vazio do Grande Nada. 

Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário
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Hoje vou assim...

João Pessoa, 6 de dezembro de 2011

Boa tarde!

Mais uma tentativa de escrever-te uma carta, como já disse, fechar ciclos pra mim é complicado como também acertar meus pensamentos descompassados, em frases, frases para serem lidas ou esquecidas ou arquivadas...
O momento não é o mais propício para estes sentimentos, chuvas torrenciais, terremotos, nuvens pesadas pairando no ar, uma música de fundo que movimenta a alma e os devaneios, relaxar, palavra chave, mas quem consegue, minha dor de cabeça volta e não me deixa esquecer, nem por um segundo, o mundo.
Gosto de palavras soltas, com dúbio sentido, dizem coisas...coisas que não sei dizer de outra forma, com outro som, meu som é assim, complicado e dançante, dança quem sabe dançar, quem não sabe se senta e deixa o barco passar tranquilo, seguir seu rumo, sou assim complicada, me deixe ser quem eu sou.
Gosto das coisas que me tranquilizam, que me deixam segura, mas o que nesta vida pode nos deixar seguros? Dinheiro, saúde, amigos? Não sei...mas tento descobrir e acho que uma dia encontro essa semente da segurança e planto essa árvore que me dará sombra, frutos e flores, se possível sem espinhos.
Bem vou deixando meu recado interior, ou uma parte dele...hoje vou assim como quem não quer nada e querendo muito.
Até mais,

Lourenço
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Carta Introspectiva

Belém, 6 de dezembro de 2011.

Talvez rasgue essa carta antes de ler, talvez leia sem ler, passando a vista rápido sob sombras de palavras que pelo seu sentido, conhecimento ou simplesmente fonética lhe caem melhor ao pensamento para que construas uma imagem de mim na qual a carta irá lhe convir ou ainda jogue as chamas todas as linhas fazendo com que se percam todos estes dizeres de uma alma aflita. Eu entendo e faria o mesmo se não tivesse, hoje, alma aflita por questões que me fogem. A primeira e única carta que te escrevi é o suficiente de mim.
Eu perdi muita coisa e neste exato momento cada hora que se passa aumenta a distância entre aquele o que eu fui e quem realmente sou. E como isso pôde ocorrer? A resposta está obvia: fui imprudente. Realmente pensei que pudesse negar o destino, embora ele não exista em si como destino, mas tão somente como uma lógica de fatos regida sabe-se lá por quem, se por Deus em sua torturante bondade que nos manda ao mundo para o sofrimento, seja pelo Diabo que em sua misericordiosa maldade nos faz ter prazer na carne abandonando-nos em um torpor miserável e vazio. O fato nisso tudo porém está que há algo nítido capaz de reger a vida de cada ser humano e entre elas a minha, fadada a cometer sempre os mesmos erros, vivendo em uma moenda sem fim.
Eu sofro mas não é por ti. Deixo-te claro, tu fostes apenas uma ilusão. E como eu te afirmo isso depois de escrever exatamente o contrário na primeira carta? É tão cruel falar isso pra mim mesmo mas é a verdade: tudo ilusão. Talvez eu não tenha verdades e fique tateando por reflexos interiores lutando continuamente com o mundo que me faz ser o que sou e aquilo que eu queria ser e não sei como é; Independentemente disso preciso te dizer por que eu cheguei à conclusão de que esse amor (usando esta palavra somente para ilustrar aquilo que quero dizer) é uma transmutação de um amor que senti e que nunca abandonei por que necessito deste sentir em minha existência.
Desde a Bela Dama tenho disfarçado isso. Na verdade é bem mais provável que seja desde o primeiro sentimento, quando tinha 13 anos e não sabia nada do mundo, ou quase nada do que é bom. Na minha vida só conheci a indiferença do homem, seu preconceito, sua torpeza, suas ações balizadas no interesse e no individualismo, sua capacidade de traição, sua falta de consideração e apreço com o semelhante e o que mais machucava: um ódio, um descaramento, um desprezo disfarçado de piedade com que miravam os olhos sujos de um brilho morto como flechas sangrentas, julgando-me sempre incapaz de imitar a vida humana. Eu nunca fui capaz mesmo porém aprendi a crescer e me juntar aos outros de tal forma que não me importou mais o fato de ninguém nunca enxergar o “Diego” como “Eu” e sim o “Diego” como “Ser subjuntivo à uma condição meramente mortal e reduzido por Deus a incapacidade física evidente”.
Eu nunca aceitei a diferença e queria ser como os outros. Não entendia minha culpa: o que fiz para que fosse sempre o último em tudo? As pessoas riam de minhas tentativas tolas de me igualar num projeto de gente que eu nunca seria. Todos podiam virar o braço esquerdo de modo a ver a própria palma da mão sem dificuldades. Era para mim, e sempre foi uma humilhação não poder fazer o mesmo; abaixava minha cabeça, envergonhado desta circunstância enquanto os outros podiam vislumbrar seu futuro na cartomante eu permaneceria sempre como um incógnito presságio.
Na época não sabia que meu futuro não estava escrito na palma esquerda da mão, assim como foi lido na minha outra palma que não sofria da mesma dificuldade, no entanto, isto deixou um vazio que não era o primeiro e acumulava somando-se aos outros vazios que passariam a povoar inteiramente meu coração infeliz. Comecei a ter preocupações que ninguém tinha, enquanto todos podiam viver suas vidas, jogar bola, correr desenfreado pelo mundo, quando a opressão passou a me superar tive consciência que nunca seria igual à normalidade e acabei me isolando de vez no mundo literal. Conto isso por que sentia, ou sinto, que se conta-se pareceria menos dolorosa a forma como tudo aconteceu todavia não diminuiu em nada. Pelo contrário, é como reviver em múltiplas e pequenas mágoas toda a mágoa grande que persisti em querer me destruir.
Meu futuro estava escrito na solidão. Os outros afortunados tinham luz e eu só tinha escuridão para viver. Assim estava escrito e assim aconteceu. A minha primeira paixão era um perenal sentimento não compreendido apenas despertado numa fagulha intensa que torturava minha alma misturando prazer e dor sepulcral. Eu me lembro de todos os nomes muito bem. Eu já não sei se senti algum verdadeiro sentimento ou se tudo não passou de uma tentativa de fuga evidente do destino escrito na palma da mão que nunca vai poder ser lida. Aurora. Ela foi um marco muito forte comparável apenas a Bela Dama, ainda assim ficando abaixo dela na linha de discurso. Quando eu a vi pela primeira vez minha solidão, antes contentada em me atormentar somente pela estrutura física enquanto que minhas faculdades mentais e sentimentais preservar-se-iam no labor momentâneo e prazeroso de cada livro, enfureceu-se e me jogou na tormenta do mundo adolescente e nos desejos imperiais que nos demovem o instinto.
Falar dela nesta carta seria muito exaustivo para mim, levei três anos para abandonar aquele sentimento. Por ela, ou por mim, acertadamente por minha solidão fiz várias coisas que exerceram algo positivo na minha vida. Troquei de turno na escola (fato que me fez invariavelmente ir de encontro às ciências humanas), despertei-me como poeta ou fui despertado (fator positivo e negativo pois exacerbou meu lado ultra-sentimental e me deu uma vazante para todo meu antiquado jeito), conheci a igreja e a Deus (também muito importante já que por certo tempo, ínfimo pra falar a verdade, a solidão me abandonou e pude respirar o ar puro uma única vez na vida). Só que depois das várias tentativas de dizer para ela alguma coisa acabei por destruir-me invariavelmente. É que eu, e isso podes ver pela carta que te escrevi, não sei sentir por mim mesmo em deliberação e ação corporal e parece que sinto em um desejo embora do corpo somente explicável e aceito se por ventura teorizado na figura da carta e do poema. Assim parece que sempre estou fingindo sentir e acreditando que sinto o que geralmente finjo! Esse é o máximo dessa questão, essa experiência é que me fez perder totalmente ou ver que nunca tinha tido, o tato para os sentimentos. O que em meu coração parecia vasto e grandioso nos olhos das pessoas era coisa diminuta e desprezível.
Isso massacrou tudo por dentro, remoeu, doeu, fez-me chorar durante dias, embora as lágrimas nem sempre exteriorizassem a raiva do desprezo que as pessoas sentem pela minha figura, desprezo esse que infelizmente agora tu sentes e pelas mesmas razões que sempre aconteceram comigo. Prova da minha teoria sobre destino embora eu ainda não saiba quem o rege pois não posso tomar a solidão como “Ser divino” ou “Ser Maligno” que são as duas concepções segundo minha primeira condição de aprendizado católico e depois o aprendizado luterano que podem exercer influência na vida humana, uma influência na verdade que ninguém pode ver racionalmente ou de qualquer modo inteligível.
Note que eu uso muito as palavras “Sempre” e “Vazio” porque só a alma solitária entende o peso e o valor dessas palavras. E mais uma vez eu não posso dizer com clareza por que te falo de tudo isso, te amolando com meus pensamentos, com meu individualismo, com minha solidão cega, eu não me controlo e tu que dizes coisas tão lógicas me aconselhaste varias vezes a fazer o mais óbvio nesse caso, procurar ajuda e parar de sondar solução com a força dos meus próprios braços mas em tudo na vida eu sou SÓ e qualquer outro não será capaz de encher meu copo até a borda e transbordá-lo. A solidão é isso: quanto mais enche-se a taça mais ela se esvazia.
Então já não haveria mais sentido. Todo este sentimento desperto na Aurora depois se tornou algo muito maior e trabalhado na complexidade da existência quando conheci a treva total e vivi intensamente cada e todo momento da Grande Tragédia. Continuei sem compreender o acordo social das pessoas e tentei vivê-lo como se assinasse um contrato sem ler. Aí está um dos erros que nunca mais vou cometer. Assinar uma coisa sem ler! É terrível! Foi o período artístico mais intenso, minhas melhores composições foram lá, meus melhores textos, transbordava poesia por todos os poros e não sentia nenhum incômodo quando sentava para escrever, simplesmente escrevia por boa vontade e impelido por algo maior do que eu.
Só que este “algo maior do que eu” justamente pelo fato de ser maior do que eu acabou me esmagando. Cai infinitamente. Perdi o pilar da normalidade. Fui aos extremos e vivi do céu ao abismo num átimo de tempo. E fiquei indo e vindo, indo e vindo até que já não podia viver e aceitar essa intercalação de nuances, de momentos de glória que eu nunca comemorava, momentos de tragédia que eu sempre bebia, tive vícios que sempre controlei e parti para o nada.
Quando caminhava fazia-o por caminhar. Respirava por respirar. Mantive a normalidade simplesmente por manter. Trabalho, amigos, ir à feira, passou a ser parte da matéria cotidiana. Ler um livro tornava-se abstrato. Enquanto prendia-me a realidade por meio daquilo que seria o teórico-normal o mundo acontecia e cada vez mais eu descendia de minha condição humana, desprovido de qualquer teto, nu, transformei-me nessa coisa sem escrúpulos que vês por entre a janela e protegida da chuva pelo vidro invisível que lhe retira a minha casca e deslumbra então o Animal da noite, Lobo Urbano que sangra.
Eu sou esse Lobo Urbano. Não um selvagem. Nunca poderia ser um selvagem. Gosto por demais das outras pessoas: aprecio como poucos o homem e sua invenção social, suas crenças, suas formas de amor, seu jeito de amar, suas frustrações sem sentido, seu medo sem causa, seu choro sem dor, sua condenação sem culpa. Igualmente amo e odeio tudo isso exatamente por não enxergar como todos o quão tola é essa forma de vida, quão tolos são todos esses anseios e esses desejos, e cada coisa deixava para trás a ânsia de conhecer essa normalidade ou o sonho de viver além do meu próprio fatalismo.
Assim fui escorraçado do bando. A matilha nunca quis um lobo de pele cinza. Tive de aprender a sobreviver na cidade, aprendendo em cada beco como me camuflar, passar desapercebido, usar de alguns artifícios para não perceberem minha pele cinza. Mas o Lobo é o Lobo. Sempre foi e sempre será.
Não há margem para erro. Pessoas sofrem e sempre vão sofrer agora que tipo de pessoa todos acham que eu sou? Quando conto desta dor, das tragédias e das coisas que o mundo me fizera às pessoas se limitam a dizer que tem muita gente pior do que eu como se este fato pudesse estancar ou me fazer refletir sobre quão miserável é minha dor. Na verdade isso não importa ou por acaso me tomam por tolo de não saber que o mundo é dor? Eu vim desse mundo, tenho muito mais propriedade para falar dessa dor do que aqueles que dizem que há pessoas com sofrimentos maiores. Elas existem e não sofrem menos por saber que outros sofrem mais, só gente perversa pode ter tal prazer e enxergar no sofrimento dos outros forças para enfrentar o seu próprio.
Vou deixar essa linha inacabada pois sinto que vou adormecer ou me matar se esta carta se prolongar mais. Não tenho que fazer isso mas esse desejo é grande e por isso vou continuar minha leitura. Alguém bate na minha porta neste exato instante, não pode ser você evidentemente, estás a milhas de distância. É mais provável que seja minha mãe ou o carteiro, um preocupado com meu sumiço e o outro com meu dinheiro.

Adeus ilusão minha,

Deusa A.

O Poeta Solitário
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Uma rede na varanda

João Pessoa, 6 de dezembro de 2011

Uma rede, ah como queria aquela rede na varanda, esquecer de tudo e só nela seguir com seu balanço tranquilo, mas será que tranquila é a manhã que me chama lá fora? Não, acredito que não, nada será tranquilo, mas nada já não é tranquilo faz muito tempo...
Ei você aí, traz uma vodka pra esquentar meu coração, pois a minha guerra interna já começou e aquela rede me espera e é onde pretendo passar meus dias mais tranquilos, nem que para isso tenha que virar esta mesa, tenha que virar mais uma página deste livro chamado VIDA.
Leia, leia nas entrelinhas desta carta, o que está obscuro, o que não pode ser dito ou o que já foi dito em sussurros, em olhares, em toques sutis, mas leia e entenda, aquela rede me espera, estou chegando com bagagem demais, mas estou chegando...será que aguenta?

Lourenço
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A Arte de Ser Sozinha

São Luís, 5 de dezembro de 2011

Não saber qual o seu lugar no mundo é uma coisa chata e encontrar seu lugar é uma tarefa árdua. Eu nunca me encaixei onde as pessoas julgavam o lugar correto. Na infância gostava de andar com os meninos, correr na rua, me sujar, me jogar. Ser criança. Na adolescência andei com as meninas, saí com as meninas, paquerei com as meninas, mas nunca me senti parte das meninas... E agora, uma jovem adulta, não me encaixo no mundo dos adultos. Parece que tudo é falso demais pra mim, me sinto alheia à tudo. Não me acostumei a sorrisos falsos, nem a abraços de plástico. Essa história de tapinha nas costas nunca foi pra mim. Nunca será! E assim me tornei alguém só. Alguém que mesmo cercada de gente ainda se sente só. E essa solidão não me incomoda, porque ela tem sido minha companheira desde criança posso perceber agora. Sou duas em uma só. Ou várias em uma só. Tenho essa parte que é madura, decidida, segura e ousada, que pode ser classificada como a minha parte adulta. Mas minha essência, quem eu sou tá nas minhas dúvidas, nos meus receios, nas parte que eu desconheço em mim, mas que me é tão familiar. Tão parte de mim, tão companheira e tão eu!
E assim, eu vou seguindo. Só, deslocada e feliz!!

Talídia
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A história de nós duas...

São Luís, 28 de agosto de 2011.

Pensei, fugi, parei........
Chorei, pensei, rezei..........
Novamente tentei e de novo falhei!
Então pedi ao meu Senhor que se fosse falhar na vida na carne, que ao menos tivesse alguém fiel ao meu lado, para quando não conseguisse sequer abrir os olhos............
Então, eis que ele me responde que nada poderia fazer..........
Novamente o desespero e a desesperança tomaram conta de mim!
Entretanto, contrariando todas as chances que tinha, eis que alguém, que mal houvera superado suas dores se propõe a vir para dividir comigo o fardo que não seria nada leve!
Então, diante da negativa persistente do Senhor e da Sua proposta em enviá-la para outros mundos, pois que tal ser já poderia ascender, esse ser divino, celeste, caridoso e extremamente teimoso finge contentar-se com o não que recebera e segue suas tarefas costumeiras.
Até que um dia, quando um imprevisto leva o Senhor a afastar-se do posto em que nos encontrávamos, tal anjo de bondade não perde tempo e atira-se lá de cima....................
E assim foi o que aconteceu dois anos antes de eu reencarnar: tu nasceste para tornar a Terra mais fácil para mim e, diante de tal ato generoso, o Senhor finalmente reconhece tua bondade e estende tua missão não só a mim, mas a todos que te cercam!
Esta foi minha forma singela de dizer o quanto TE AMO E DE QUE QUERO VÊ-LA FELIZ, NÃO SÓ HJ, MAS TODOS OS DIAS DE TODAS AS TUAS VIDAS, MINHA ANJINHA DA GUARDA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!!!!!!!!!!

Patrícia Mann
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Minha filha está curada!

Campinas, 8 de outubro de 2011.


Minha família e queridos amigos,

Há 199 dias procurava chão e não achava, quando o diagnostico de leucemia invadiu a vida de Amanda e a nossa vida. Pensei: meu Deus, o que vai acontecer com a minha filha? Será que eu como mãe posso curá-la? A minha imperfeição é tão grande, o meu amor por minha filha é tão grande, que acreditei na cura da sua doença: a Síndrome da Mielodisplasia .
Resolvi entregar Amanda nas mãos de Deus, pedi que cuidasse dela e que nos desse força para suportar e acomodar os sofrimentos e angústias.
Deixei Gabriel, Virgílio, minha família, o trabalho que tanto gosto, amigos, minha casa, minha VIDA. Foi difícil para mim, imaginem para Amanda, em plena descoberta da sua adolescência. Unidas e de mãos dadas SEMPRE, confiantes no amor de Virgílio e Gabriel, ficamos distantes uns dos outros, por AMOR, por AMANDA.
Em Campinas, Deus mostrou anjos Médicos nas nossas vidas, como Dra. Vitória, Dr. Amilcar, Dra. Mariela. Vivemos momentos difíceis, como o da incompatibilidade dos exames de HLA da família, a esperança dos seis prováveis doadores que não deram certos, exames de mielogramas, pontinha do dedo, transfundir hemácias e plaquetas e outros. Outros momentos difíceis foram as SAUDADES de todos vocês. Saudades dos meus amores, meu filho, marido e vocês. Saudade não tem remédio e não tem cura, mas dói muito. Lá, o sol nasce mais tarde, mas a luz e o brilho do sol, na minha mente e no coração, sempre estiveram claro e presente. Era o brilho da esperança e fé na cura de Amanda.
Foi preciso ter fé e paciência para aguardar o dia 22 de julho de 2011, quando saiu o resultado da compatibilidade de 100% de um cordão umbilical dos Estados Unidos, confirmando o transplante de medula óssea, no GRAACC. E aí, ESPERANÇAS nas nossas vidas! Agradecer a este SER (Cordão Umbilical) e sua família pelo ato de solidariedade, faz parte da nossa vida, para SEMPRE.Encontramos no Hospital GRAACC, outros anjos médicos, como Dra. Rose, Dra. Adriana, Dra. Valeria, Dra. Neyse e Dr. Vitor. Além de médicos pesquisadores competentes, que nos deram carinho e solidariedade.Na internação, muitos dias difíceis, mas superados, como a quimioterapia, mielograma, licor, biopsia da medula, cateter, sonda para alimentação, muita febre, queimaduras no corpo inteiro, inchaços e queda de cabelos.Deus sempre esteve no comando da cura de Amanda. Ele fez chegar o grande dia, 21 de setembro de 2011, dia da infusão do transplante. Foi um sucesso, com choro e muita alegria.Dia 1º de outubro de 2011, foi de muita emoção para nós quatro. Fazia 100 dias que não víamos Gabriel, quanta emoção! Eu, Virgílio, Amanda e Gabriel, nos amamos muito. O emocional de Amanda, Gabriel e Virgílio era grande, pois não puderam se abraçar nem beijar. Deus mostrou que é preciso chegar mais perto dEle, acreditar mais, amar mais, unir mais, saber perdoar, se doar mais para o próximo, para que nos dias 3, 4 e 5 de outubro/2011, a concretização da pega da medula salvasse a vida de Amanda. Como agradecer a sua cura a Deus? E um dos resultados dessa fé é ter amor na família, solidariedade, confiança e sabedoria.Eu, Virgílio, Amanda e Gabriel, agradecemos a Deus, por tudo que aconteceu com a nossa família, agradecemos a cada um de vocês, que rezaram, oraram e pediram a Deus, saúde e cura de Amanda e de todos os enfermos.A cura de Amanda mudou nossas vidas, e peço a Deus que os ensinamentos da oração de São Francisco de Assis tomem conta de minha vida e da minha família. Obrigada meu Deus! Obrigada meu Deus! Obrigada meu Deus! Obrigada a todos vocês, minha família maravilhosa e amigos presentes.

Beijos no coração,
Virgílio, Cida, Amanda e Gabriel

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Resposta da Mann ao "Eu sou decepcionante"...

São Luís, 11 de junho de 2010.

Sol!
Decepção não era o que eu sentia quando você chegava e me devolvia a paz, depois que eu havia destruído meu quarto todo... Não, não era decepção!
Não era isso também que eu sentia quando esperava ansiosamente por suas cartas... Sempre uma história nova... Seu jeito único e meio irônico de escrever prendia (e ainda prende) minha atenção como ninguém! (Não é à toa que eu estou por aqui...)
Decepção??? Não era isso! Com toda certeza, não era mesmo o que eu sentia, quando estava doente em 2003 e chamava por ti... Mas sim, as lembranças das nossas traquinagens no Santa Ana. (Como fui feliz... Fomos, né?)
Definitivamente, não é decepção o que me faz querer a sua felicidade e ter a certeza de que você vai ter sucesso em sua vida!
Eu sempre te amei pelo que você é! Sempre... E, embora, eu saiba que não é fácil para você acreditar nisso, dentro de ti, nas tuas recordações, por tudo que vivemos, você sabe que o que digo e sinto é verdadeiro...
Grite, xingue, fale e sorria alto!!!
Essa é você: meu Sol, meu Girassol!
Só não se esqueça que a distância não diminue ou enfraquece o AMOR imenso que SIM, eu sinto por você.
p.s.: Piegas? rs Pode até ser... Mas é sincero tb!"

Patrícia Mann

Mensagem recebida por email e Publicada no Bibliotecária Escandalosa
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Mãe, Penso em você todos os dias...

São Luís, 5 de dezembro de 2011

Mãe,

Hoje... Estou com saudade daquele tempo. Saudade de um tempo que eu era feliz, não que hoje não me reste motivos para sorrir, mas aquele tempo?! Eu era muito feliz.
Teve um tempo que podia dormir tranqüila, porque eu sabia que quando acordasse você ia estar ao meu lado, ia me sorrir ou me acordar com um beijo. E quando eu tinha medo ou sofria de amor, você colocava a mão no meu coração fazia uma prece e a dor acalmava, amenizava. Aliás, com você todas as dores amenizavam. 
Adorava vê-la sorrir, e ate mesmo quando estava zangada, o que não durava muito tempo, pois havia muito amor aquele coração, não deixando espaço para nenhum outro sentimento.
Senti saudade das conversas, eu a perseguia por todos os lugares, só para estar perto. Fazíamos planos juntas. falávamos de tudo! Do amor, da vida, do futuro... Sua generosidade, sabedoria, amor ao próximo são inspiração para mim até hoje. E quando estou desiludida com a vida com o próximo, lembro que você me falava que devíamos amar as pessoas que tem pouco amor no coração, pois são elas que mais precisam de amor.
Os mistérios da vida da morte eu não sei, só sei que às vezes te sinto aqui perto de mim. E é isso que me faz seguir adiante, a não desistir. Sua fé força e perseverança me dão forças nos momentos em que penso em desiste. Vivo por mim, mas vivo por você, para fazer tudo que você sonhou para mim. Às vezes queria que soubesse das coisas que acontecem comigo, que estou bem e que Deus tem-me abençoado e que um dos nossos sonhos esta quase realizado. 
Queria que soubesse que sinto tua falta todos os dias, que te amo tanto! E que não me esqueci das coisas que me ensinou, que vou te levar para sempre aqui dentro de mim. Sinto falta de todo mundo junto, porque quando você foi embora muita coisa mudou, não almoçamos mais juntos, nem deitamos mais juntos a noite para falar bobagens ou fala da vida... Cada um seguiu seu rumo. Mas cada parte que se separou te ama é unida pela tua lembrança.

Leidy Evangelista
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Se hoje choro é porque fiz alguém chorar por mim

Juazeiro do Norte, 5 de dezembro de 2011


Se hoje choro é porque fiz alguém chorar por mim
Se ele soubesse o quanto me dói a verdade dizer-lhe
Mas o que posso fazer
É o que o meu coração clama!
Ele diz que tenho o coração duro
Mas não é verdade.
Me dói tanto
Parece que o outro soube fincar bem as garras em mim
Encarar o seu olhar foi o pior
Ter que ver a decepção no seu rosto
Ai! Aquilo me rasgou por dentro
Agora, pedir desculpas não vai adiantar muita coisa
Odeio-me por lhe dar falsas esperanças
Por machucá-lo pela segunda vez
Mas o que posso fazer?
É assim que me sinto!
Ele me perguntou por que fiquei com ele pela primeira vez
Eu não respondi, mas sabia o porquê!
Eu estava agindo em função do outro, que me despreza!
Como dizia cazuza: - eu sou um poeta e não aprendi a amar! 

Danyelly 
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Apenas uma carta de amor...

São Luís, 24 de Março de 2011.
02:01 am.

VIDA 

Não sei precisar qual foi a última vez que escrevi algo direcionado a alguém. Talvez tenham se passado uns dois ou três invernos desde que um evento desse tipo tenha ocorrido. E antes que eu comece a listar as razões pelas quais te dirijo essas palavras que teimam em madrugar comigo, gostaria de justificar o fato de ter escolhido a palavra vida para encabeçar esta breve crônica insone. Escolhi-a porque é um anagrama da tua graça. E tal qual a beleza dessa palavra é a ternura do teu nome.
De todos os mistérios da vida, nenhum supera o amor. Que outra força devastadora seria capaz de fazer um homem de quase um metro e noventa render-se aos encantos de uma mulher de tamanho e traços delicados? Que força é capaz de brincar com as rédeas do destino e quebrar o mais duro dos corações senão o amor? Que outra coisa, neste ou noutro plano, consegue varrer para longe todas as esperanças de um homem e ainda assim incitá-lo a persegui-la? Se essas são as premissas que retumbam em meu peito, só posso concluir que é o amor que sinto por você, **** *****, que me levam a escrever em teu nome.
Desde que te vi pela primeira vez, comecei a perseguir-te com a timidez do meu olhar. Flagrei cada gesto e sorriso teu com uma paixão insurgente em meu peito. E com a mesma emergência que meu coração te desejava, devaneei absurdas projeções contigo ao meu lado. Porque foi a ti que eu escolhi entre todas as rosas desse mundo. Porque foi teu nome que eu coloquei em uma garrafa para singrar o oceano em meio à intempérie da minha vida. Escolhi-te porque eu sabia que assim que a tempestade passasse você estaria lá para me trazer calmaria. 
E se essas minhas poucas razões ainda assim não bastarem, conheço outros motivos pelos quais vale a pena te amar:
Gosto da mágica que se descortina em teu sorriso. E do modo como as maçãs do teu rosto mergulham em tua boca. 
Gosto do contorno dos teus lábios. E da timidez dos teus passos. 
Gosto mais ainda de como olha para os lados quando caminha em minha direção. 
Gosto do jeito que se lança contra meu peito. E de como se aninha perfeita e docemente em meus braços. Sem contar o modo como sempre tira foto olhando de lado.
Gosto do jeito que se encolhe sob os holofotes dos meus olhos, jurando que eu busco enxergar os recantos da tua alma perfumada. 
Gosto desse cheiro único que exala dos teus cabelos. E ainda mais de como os pelos do meu corpo se eriçam a cada toque teu.
É você a responsável por esse coração ultrapassar as habituais oitenta batidas por minuto.
É por tua causa que hoje sou um homem mais feliz, mesmo sofrendo de ansiedade.
É você a grande causadora de eu sempre sustentar um sorriso em meu rosto cansado.
É você que me faz ter esperança de dias melhores.
E é você que faz com que a mesma vida que embaralha as letras do teu nome valha a pena ser vivida.
É por tua causa que estou acordado até agora, confessando meus sentimentos. Morrendo de sono, mas com um sorriso bobo nos lábios. Inspirando e expirando cada uma dessas palavras. 
E é por tua causa que hoje eu ando cabisbaixo, tentando encontrar em pés anônimos as melissas que tanto me trazem lembranças de ti. 
Para **** (Vida) *****,
A detentora do meu coração.

Felipe Pires Kalyma
02:40 am.
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Não sai nada da minha mono...

São Luís, 5 de dezembro de 2011.

Oiiiiiiiiiiiiii....
Manhã de sol nessas terras abençoadas!!!
Mas aqui faz frio... Graças ao meu querido e velho amigo ar-condicionado!
As boas novas que trago?
Minha memória tá ruim... Acho que eu não tenho boas novas... 
Tô dodói, sinto fome, tenho preguiça e fui muito relapsa com minha monografia esse ano...
Tenho muitas dúvidas e uma vergonha enorme de chegar pra minha orientadora e dizer que eu só tenho dúvidas agora... Que eu não sei por onde começar... e que eu não escrevi nada por isso...
Eu não quero escrever qualquer coisa de forma a toa só pra dizer "EU ESCREVI"!
Quero escrever algo decente, quero fazer jus a confiança que ela depositou em mim, e eu não tô fazendo isso agora.
O fracasso dói...

Sol
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Segunda, terça, quarta...

João Pessoa, 05 de dezembro de 2011

Olá!

Um "olá" para não gritar um "Ei baby come on!", esta carta vem falar de coisas que nem mesmo eu sei, mas se Deus escreve certo por linhas tortas, só sendo um Deus mesmo, pois eu, humana, cheia de defeitos, aprendiz da vida, não sei escrever e muito menos certo por linhas tortas...
Mas as tentativas são constantes e necessárias, estas borboletas precisam voar.
Como nenhum ciclo consigo fechar de maneira rápida e plácida, esse frio e esse calor vão me deixar tonta durante algum tempo, um longo tempo, tempo este que prefiro não contar, nem calcular, definitivamente o "tempo, tempo, tempo, um dos deuses mais lindos" não tem nada de lindo.
Bem como hoje ainda é segunda e fico aqui com a mesa cheia de atividades a me consumir a paciência, temo que será assim a semana inteira, terça, quarta... vou me deliciar com as pressões que me aguardam e me afligem.
Até uma próxima manhã ensolarada e bela.

Lourenço
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Palavras soltas empoeiradas...

João Pessoa, 04 de Dezembro de 2011

Cartas, cartas, nunca as escrevo e nem as recebo, mas já que esta vai ficar engarrafada e jogada ao mar, jogada a própria sorte, a espera de ser encontrada ou nunca lida... a escrevo.
Um dia estranho, sem ciclos fechados, coisas a decidir, mas prefiro deixá-las sob a mesa e empoeirar...depois as limpo e quem sabe decido algumas e outras as jogarei ao mar. Não sei. Acredito que precisarei de muitas garrafas...
Por enquanto tento acalmar a alma, as borboletas que me afligem o estômago me alegram e ao mesmo tempo tiram meu sossego, deixá-las voar? Ou não? Não sei... acalmar-me parece impossível, tento me concentrar mas a cabeça gira e pesa, melhor jogar-se ao mar e deixar a onda me levar, mas o momento não permite, muitas pedras neste mar imenso, icebergs, conchas, ondas gigantes me desordenam...
Esperar a tempestade passar e até lá tentar me proteger do frio e caos.

Lourenço
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Decidi escrever cartas...

São Luís, 4 de dezembro de 2011.

Oi, estranho...

Há muito tempo venho abandonando certos vícios...
Eu sinto falta de escrever cartas...
Por isso hoje acordei com vontade de escrever essa carta...
Coincidência ou não... Hoje foi o dia em que eu acordei me sentindo mais sozinha... Acordei louca pra esquecer problemas... louca pra esquecer quem sou...
As coisas andam tão difíceis que é facim, facim esquecer de mim...
Aqui faz calor.... o tempo passa devagar...
Vou voltar a estudar!

Beijo!

Sol
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