MENSAGENS

Estou respirando o mar e o cheiro da chuva. Uma lâmpada me ilumina em declínio. Tudo é treva na minha frente e há escuridão antes de mim. Como eu fui deixar isso acontecer?

Eu não sei nadar, seria tão fácil deixar que essa escuridão daqui me levasse. Haveria uma breve agonia sim mas passaria, diferente dessa que só cresce. Em seu lugar ficaria o etéreo. Que bom seria voltar ao ventre da mãe. Esta escuridão... O que eu faço? Se eu vacilar? Se cair terá eu me jogado ou simplesmente caído?

Há um rosto na água. Eu sei que tudo foi um erro que só me fez mais só do que eu já era. Não tenho a quem culpar. Só a mim. Acreditei na ilusão que sonhava. Meu anjo se soubesse que me arrependo e trocaria meu fígado pra não ter escrito aquela carta, mas eu escrevi e nada pode mudar isso, nem isso que ta acontecendo e naquilo que estou me transformando. Ainda vejo um rosto na água: É Bela Dama rindo tendo os olhos de Ártemis.

Até quando tudo isso vai ser isso? Qual força terei daqui alguns anos quando eu não for nada e tudo isso parecerá um beijo ante o sofrimento previsto? Quantas pessoas eu vou ter que decepcionar de quantos vou ter que ser desprezado? Qual o limite da agonia solitária? Seria bom ser um peixe e ter o mar todo à disposição. Eu não tenho nada. Diego é uma porção de terra sem nada ao redor.

Dedicado a Deusa A.

O Poeta Solitário

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