Armadilhas...

Salvador, 20 de Outubro de 2011.

Lord silencioso,

És tu, quem nada fala e tudo diz. Minha curiosidade aguçada pelos teus olhos discretos, movia-se sob o desejo de conhecê-lo naquele dia. Tua presença tão agradável logo deixou-me entrelaçar no teu silêncio tentando arrancar de ti poucas e quase nada, palavras. Teu gesto, um Lord, o cuidado e o mistério que pairava no ar encarregaram de prender-me a ti como cola, um grude. Minha insistência de não ceder e não deixar-me enganar por teu encanto, encontrava-se em situações constrangedoras, fracassando como nunca acontecera em outros tempos. Ah! O Lord está vencendo, está me ganhando por algo que eu jamais desejaria demonstrar, encanto.
Fui teimosa em não crer que tudo havia acontecido em tão pouco tempo, mas não houve alternativa para minha teimosia que pouco a pouco se desfalecia sob teu toque, teu olhar , teus beijos, teu suor, teu corpo...Não! Isso não está acontecendo, não posso render-me, não posso deixar você, Lord silencioso, dominar meus sentimentos, eles devem permanecer obscuros, assim como vos, em silêncio.
Então, voltamos para casa. Ufa, foi só um dia de divertimentos. Engano meu, ao passar dois dias bateu aquela sensação estranha, uma vontade incontrolada de ouvir teu silêncio, ouvir tuas palavras em silêncio, como faziam falta naquele momento, o que fazer? Nada a fazer. O Lord silencioso me apareceu com o mesmo encanto, com a mesma discrição e silenciosamente, arrebatou-me para o seu mundo de tantos abraços. E agora? Pensei por um instante. Estava eu, realmente, sem saída? Sim, estava. Minha razão já não respondia por mim, por mais que ela forçasse um acordo, não tinha mais poder sobre aquela sensação estranha que vinha se arrastando dentro de mim lutando por um espaço que há tanto tempo foi negado, oprimida sensação.
Passou-se alguns meses, e aquele encanto tinha se transformado em sucessivas crises de desejos, saudades recompensadas com momentos únicos, indescritíveis, satisfatórios, agradáveis; com ataques de beijos, briga de braços, abraços, inalações de perfumes, teu cheiro, meu cheiro, de hipnose, olhares.
Então, finalmente, perdi essa guerra, Lord silencioso, a guerra do gostar, do amar, do ser feliz ao lado de alguém especial, diferente, irreverente, incomum; VOCÊ. Sou forte! Decidi entregar-me a essa loucura e não ter medo das consequências. Decidi amar-te!
Que seja eterno enquanto dure o teu silêncio. 
Bjs!

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